Biografia
Marcos Irine é um artista goiano, vive em Paraty, mas foi em SP que se projetou como profissional, trabalhando em grandes oficinas cenográficas para montagens teatrais e escolas de samba. Sua obra é livre de estilo, liberdade que conquistou com a habilidade em trabalhar materiais diversos e no contato com todo o universo de alegorias. Como todo artista que paira os olhos sobre Paraty, Marcos é um fiel observador das linhas da cidade. Mas, como poucos, abre mão do realismo e mistura técnicas. Cria grafismos e causa efeitos de alto contraste, destaca detalhes e distorce perspectivas, estabelece relevos e se diverte com as cores primárias, enfim. Marcos só não abre mão do lirismo nem da poesia, e, por tudo isso, é um artista da nossa geração, da arte contemporânea, e muito, muito brasileiro.
-Lia Capovilla
Marcos Irine nasceu em Anápolis, Goiás, em maio de 1967. Longe de uma formação acadêmica, desde cedo se envolveu com arte, sua progenitora em meio aos afazeres domésticos sempre encontrava tempo para criar obras em madeira, raízes, retalhos de tecido, palhas de coqueiro, argila, e tudo tornava aquele universo, no mínimo, curioso.
Em 1985 mudou-se para São Paulo juntando ao seu irmão também artista plástico e cenógrafo, Juvenal Irine. Trabalhou na criação de carros alegóricos em diversas escolas de Samba de São Paulo: Unidos do Peruche, Nenê de Vila Matilde, Camisa Verde e Branco, entre outras.
Ainda na empresa Cenarivn trabalhou na produção de cenários para diversas obras teatrais, tais como: Santa Joana, de Jossé Posse Neto – Um, dois, feijao dom arroz, de Miguel Falabella – Além da Linha Dágua, de Ivaldo Bertazzo – O Evangelho segundo Jesus Cristo de José Saramago, dirigido por José posse Neto, cenografia de J.C. Cerrone. – A Patolândia, e tantos outros. Trabalhou também em diversas produções para as áreas Comercial e de Televisão.
Sua participação mais direta e mais consciente na execução do espetáculo Além da Linha D’Água, em 1988, o artista tem como divisor de águas em sua vida como artista.
“Tive neste espetáculo surreal, um norte a seguir. Pautei nele minha vida como artista. Vi surgir aí um novo horizonte e uma nova ótica para observar a arte. Um divisor de águas.”
Em 2002, se beneficiando de seus conhecimento de cenografia e artes plásticas se aventurou como pintor de arte lançando sua primeira coleção com técnica e estilo próprio.
A arte de Marcos Irine já tida por vários críticos de arte como única, e de fato o artista sintetizou sua vivência interiorana em Goiás, sua convivência com a maior metrópole brasileira, São Paulo e a experiência na cenografia e Artes Plásticas, resultou assim na criação de técnicas e estilo exclusivos até então não conhecidas.
Sua obra já foi reconhecida em vários meios peculiares à arte, entre críticos e apreciadores. Hoje encontram-se duas obras suas da coleção urbana “Metrópole e Mascarados” tombadas como acervo artístico e cultural do Palácio 9 de Julho em SP. Uma obra Mergulhador no museu do trabalhador em SP. E Favela no museu de artes contemporânea em Padova na Itália.
Atualmente reside em Paraty, onde instalou seu atelier e desenvolve seus trabalhos de arte, Tapeçarias, decoração e cenografia, como o Festival Nacional da Cachaça de 2004 a 2014, Oficina de cenografia no 1o. Salão de Arte Contemporânea de Paraty em 2004 e assinou por 12 anos a cenografia da OFF FLIP., sob a direção de Lia Capovilla.
